A peça é do acervo da bordadeira SONIA BIANCO (clique para visitar a página do facebook) e pertence, em verdade, ao baú do enxoval de sua mãe, Da. Ivany de Oliveira
Marchioni.
Da. Ivany, nasceu em 18/05/1922 em Jurema, mas ainda menina mudou-se com a família para Vera
Cruz/SP. De pais portugueses e severos, morando numa pequena cidade em que só houvesse ensino primário, apenas aos filhos homens foi permitido estudar fora. A contrapartida foi que os pais não pouparam esforços
para oferecer à moça todo tipo de aulas tais como bordado em linho, frivoleté, crochê, tricô e, entre ainda outras artes manuais, a renda tenerife, ou nhanduti, como é conhecida.
Esses trabalhos foram feitos na década de 40, já que eram parte do
enxoval de seu casamento, que ocorreu em 1944. São jogos de toalhinhas para enfeitar os móveis (geralmente o pichiché, tipo de penteadeira art-deco) do quarto feminino composto por peças que, no caso, variam entre aproximadamente 25 e 18 cms de diâmetro.
Comentário nosso: o ensino da renda tenerife ou nhanduti integrou as aulas de trabalhos manuais das escolas dos centros urbanos no Brasil das
décadas 1940/60. Ainda segundo o que apuramos nos depoimentos coletados informalmente nestes quase 8 anos de pesquisa sobre a renda, a tecelagem era ensinada como trabalho de agulha (renda de agulha) realizada sobre uma trama
radial montada em pequenos bastidores de madeira.