Da.
Elvira Manetti (1904-1993), segundo sua filha, Neide Foux, depoente,
fez nhanduti toda a vida. “Eu conheci
minha mãe sempre fazendo nhanduti. Ela fazia também filé. Era muito prendada e
fazia de tudo numa casa.” Moravam no bairro de Santa
Terezinha, perto de Santana, na capital do Estado de S. Paulo. Da. Elvira teceu até mais ou menos 1980.
“Ela pagou todo o meu enxoval com o nhanduti. O
casamento foi em 1960. Ela trocava as peças com uma senhora portuguesa que
comercializava roupa branca, toalhas da Ilha da madeira e etc... cujo nome não me recordo. Muita vezes essa senhora trazia encomendas de nhanduti para Da. Elvira fazer.
Ao que parece, esta senhora também comercializava as peças em nhanduti feitas
por Da. Elvira.
Da. Elvira solicitava a ajuda da filha para suas encomendas. A filha desde os 9 anos tecia os módulos
pequenos para ajudar a mãe, por imposição. A menina recebia os bastidores com a
teia montada para “preencher” com a linha de seda colorida.
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Da.Elvira Manetti |
A depoente tinha, entre os guardados de fazer nhanduti
da mãe alguns bastidores de madeira padrão, muitos módulos pequenos em cores
diversas já prontos para serem montados, um final de rolo de linha mercer crochet
bege (sem rótulo) e uma meada da linha de seda fechada, linha esta muito usada na
época, que agora sabemos tratar-se da linha chamada Negrinha. Na foto com as linhas aparecem também duas agulhas de ponta fina, sendo uma delas curvada
na ponta.
fonte: fotos e depoimento recolhido em junho/2013