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Museo Iberoamericano de Tenerife-MAIT |
Em novembro último, representando o Brasil, participei da I Jornada Internacional “Roseta de Tenerife” em Tenerife, Ilhas Canárias. O encontro reuniu Velho e Novo Continente em torno da Roseta Canária, técnica de fazer renda artesanal que, a partir do Arquipélago das Canárias, se espalhou pelo mundo e deu origem a rendas com características diversas nos vários locais em que se aculturou. No Brasil originou a Renda Tenerife, também chamada aqui Nhanduti e Renda Sol.
O evento foi parte de um programa de promoção das Rosetas desenvolvido pelo Museu Iberoamericano de Artesanato de Tenerife – MAIT que mantem em seu edificio sede, na cidade de La Orotava, a “Sala da Roseta”. Nela não só está exposta a ancestralidade da técnica, através de rendas dos séc. XVII e XVIII, mas também sua dispersão pelo mundo, expondo peças tecidas nas várias regiões em que a técnica se aculturou tais como Paraguai, Porto Rico, Cuba, Estados Unidos, Croácia...
Além da palestra para a qual fui convidada, em que fiz um esboço da história da Renda Tenerife no Brasil e um mapeamento da técnica mostrando o formato que a renda tomou nas mãos dos artesãos brasileiros nesses dias, eu entendi que tinha outro compromisso, o de levar para a “Sala da Roseta” para ali ficarem expostas, exemplares de Renda Tenerife tecidas no Brasil.
E agora presto contas do quanto me comprometi.
Assim, além de trabalhar pela promoção da Renda Tenerife Brasileira através de uma palestra cuja intenção foi de contribuir com a história da técnica no Brasil, cumpri o prometido a herdeiras de rendeiras dos anos 1950 com que estive nos meses anteriores à ida ao evento. Cumpri o comprometido com Maria Fernanda Vita de Araujo, de Socorro/SP e levei os módulos tecidos por sua mãe, Da. Gladys Vita (nº1 na foto) para a Sala da Roseta, assim como fiz com Neyde Foux e Arlete Garcia, de São Paulo/SP, entregando ao Museu Iberoamericano de Tenerife – MAIT as peças das artesãs Da. Elvira Manetti (nº2) e Da. Isabel M. Garcia (n.º3). Todas essas peças são representativas da produção de meados do século passado, anos 1940-60, época em que a Renda Tenerife teve expressão económica no Brasil.
Agradeço a confiança que depositaram e termino informando que a foto anexada é de uma vitrine da Exposição Temporária montada durante as Jornadas Internacionais das Rosetas em novembro último no Museu. O material doado deverá ser integrado ao acervo em Exposição Permanente na “Sala das Roseta” do MAIT. Informações sobre as peças como autoria e localidade de procedência foram entregues juntamente com elas à responsável do Museu, Sra. Milagros Amador, e deverão ficar obrigatoriamente arquivados no inventário das peças do MAIT.
Quem quiser conhecer um pouco do
Museu Iberoamericano e da
Sala da Roseta pode clicar sobre as palavras em vermelho e acessar os sítios.